quarta-feira, 20 de julho de 2011

Disfagia

       O ato de engolir começa na vida fetal. É uma ação automática, comandada pelo tronco cerebral, que serve para transportar o bolo alimentar para o estômago. Através da deglutição, o bolo alimentar vai da boca ao estômago, passando pela faringe e pelo esôfago. Na entrada da laringe, há uma válvula cartilaginosa chamada epiglote, cuja função é controlar a passagem do bolo alimentar para o esôfago e evitar que o alimento entre no sistema respiratório, para tanto essa válvula se abaixa, fechando a entrada da laringe. Quando respiramos, a epiglote permite que o ar entre na traquéia. Se o alimento entrar na laringe, ocorre o engasgo.

DEGLUTIÇÃO NORMAL


O alimento é transformado em bolo através da mastigação;
Passagem desse bolo alimentar pela base da língua;
Trajeto do bolo pelo esôfago até o estômago. Esse é um processo complexo, dinâmico e rápido (cerca de 2s). Envolvendo variados movimentos musculares. Durante esse curto espaço de tempo, a entrada para as vias aéreas são protegidas pela epiglote, enquanto que a via do esôfago permanece aberta para a condução do alimento. Quando algo impede que o alimento passe de forma segura, confortável e eficiente pela via oral, tem-se uma disfagia; pode acontecer desde recém-nascidos e até idosos.
Disfagias – classificações:
Classificadas segundo causa e comprometimento das fases da deglutição.
Segundo causa:
1.     Mecânica: podem ser decorrentes de cânceres (pelo tratamento: retirada de partes de órgãos), traumas, infecções e próteses orais mal adaptadas;
2.     Neurogênicas: acidentes ou doenças no/do sistema nervoso central ou periférico: seqüelas de AVC, Parkinson, traumatismo cranioencefálico, paralisia cerebral, doenças degenerativas, entre outras.

Segundo as fases da deglutição:
1.     Oral: presente em casos de apraxia oral, paralisia unilateral da língua ou em indivíduos com próteses dentárias mal adaptadas;
2.     Faríngea: casos como paralisia faríngea e/ou laríngea ou laringectomias parciais;
3.     Orofaríngeas: ocorre com freqüência nos casos de ressecções das estruturas da boca, especialmente nas glossectomias, laringectomias parciais horizontais com extensão da cirurgia para a base da língua, nas doenças neurológicas.

Alterações nos processos de deglutição comprometem a saúde geral – tanto nutricional quanto pulmonar –  impactando assim a qualidade de vida. Para que este tipo de problema seja tratado da melhor maneira possível, é preciso um diagnóstico cedo e rápido.

Materiais usados nos procedimentos de avaliação para disfagia:
Luvas para proteção do avaliador e como medida de higiene do paciente. Espátulas de plástico ou madeira para visualização das estruturas da cavidade oral e orofaringe;                                                                                     Lanterna ou qualquer instrumento para iluminação;                                     Colheres plásticas de diferentes tamanhos e modelos (chá, café, sopa);   Copos plásticos;                                                                              Seringas para controle dos volumes ofertados;                                       Paquímetro para abertura bucal máxima;                                               Gaze para limpeza da cavidade oral e/ou oclusão da cânula de traqueostomia; Estetoscópio utilizado na ausculta cervical como importante instrumento na detecção de possíveis estases e penetrações/aspirações laríngeas.
Consistência dos Alimentos:
As consistências, assim como as quantidades e tipos de alimentos utilizados na avaliação clínica, variam de acordo com a necessidade do paciente.  Frequentemente são utilizadas as consistências líquidas, liquidas-pastosas, pastosas e sempre que possível as sólidas. Ao longo do tratamento, vão sendo substituídas umas pelas outras, começando sempre com o mais leve até o mais difícil de fazer: deglutir o sólido.
REABILITAÇÃO
                   As restrições de deglutição podem levar os indivíduos à privação do convívio social – pois causam constrangimentos frente a outras pessoas – podem dar evidência da evolução de certas doenças ou até mesmo ser consequências delas ou de algum acidente.   A reabilitação se torna essencial, na busca da qualidade de vida dessas pessoas e na reinserção nos núcleos de convívio social. O processo de reabilitação começa com uma anamnese, pois é preciso saber a etiologia da disfagia em questão e o quadro clínico geral do paciente. A seguir, é feita uma avaliação clínica detalhada da deglutição e, se necessário, a realização de exames complementares; assim, elabora-se um plano terapêutico. Ao fonoaudiólogo, cabe gerenciar todas as questões fonoaudiológicas envolvidas e, ao paciente, se possível, a noção da sua responsabilidade e papel ativo em sua própria reabilitação, cooperando e realizando os exercícios sempre que possível.
                  A reabilitação trabalha no comportamento e funcionamento do organismo e tem por objetivo normatizar, adaptar ou compensar a função da deglutição, com o intuito de evitar ao máximo as complicações causadas pela disfagia.  Reabilitar inicia com a realização de manobras posturais, a deglutição possível para o momento, os exercícios facilitadores, a higienização oral e os exercícios que objetivem melhorar o controle oral do paciente. Após essas manobras inicias de cuidado com o paciente e considerando suas condições, é escolhido qual tipo de terapia será usada; se a indireta (sem oferecimento de bolo alimentar) ou se a direta (com oferecimento de bolo alimentar). No caso da terapia direta, são utilizadas manobras de aumento do input sensorial, com base nas características do bolo e o tipo de utensílio utilizado.
                  O objetivo da terapia deve ser alcançar independência funcional, seja motora, comunicativa ou alimentar e conquistar uma alimentação eficiente de acordo com a possibilidade de cada caso, a fim de garantir que as atividades rotineiras sejam realizadas com funcionalidade. A atuação fonoaudiológica deve basear-se na busca da qualidade de vida e na orientação de pacientes, familiares ou cuidadores, para tanto procura maximizar possibilidades, prevenir e/ou eliminar situações de risco (aspiração, desnutrição), na procura de proporcionar o maior prazer possível no processo de alimentação.
Alguns materiais usados na terapia:
  
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Placa de Resistência

A placa de resistência é colocada nos vestíbulos bucais frontais e a terapeuta puxa, propiciando que o paciente contraia os músculos para vedar os lábios.
O haltere varia o peso, a haste é colocada entre os lábios e o paciente deve segurá-la apenas com os lábios.
Referências:
 Jotz, Geraldo Pereira. Angelis, Elisabete Carrara de. Barros, Ana Paula Brandão. Tratado de deglutição e disfagia  no adulto e na criança. 1ª Ed. 2009. Rio de Janeiro: Revinter.

Giannini, Maria Luisa Barbosa. Tratamento fonoaudiológico da disfagia e a prática da bioética. 2007. Rio de Janeiro: Revinter.
 
 Filho, Evaldo Dacheaux de Macedo. Gomes, Guilherme F.. Furkim, Ana Maria. Manual de cuidados do paciente com disfagia. 2000 São Paulo: Lovise
Por: Andressa, Audrei, Camila, Francielle, Marina Souza Teixeira


Haltere

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